Você deve ter visto nos últimos dias as redes sociais com dezenas de fotos postadas com a '#10yearchallenge', a ideia consiste em postar uma foto antiga de 2009 e outra atual de 2019.
O objetivo é mostrar como sua aparência mudou nesses 10 anos, porém as redes sociais pode estar coletando esses dados para treinar algoritmos de inteligência artificial e deep learning relacionados a reconhecimento facial.
Pesquisas nessa área já existem, porém uma das grandes dificuldades é ter uma base de dados grande o suficiente e rotulada para que se possa treinar os algoritmos.Com essa #, seria apenas necessário fazer uma busca no Twitter por exemplo, e ter acesso a centenas de imagens já rotuladas e mostrando a mesma pessoa em diferentes momentos.
Em linhas gerais funciona da seguinte forma: primeiro você precisa ter uma base de centenas de imagens de treinamento, quanto mais imagens melhor. Inicialmente o algoritmo é então executado para que 'aprenda' essas características e consiga, por exemplo, diferenciar um rosto no meio da multidão.
Após isso o algoritmo vai ficando mais complexo, com a inserção de 'ruído', ou seja, imagens que não fazem parte do conjunto original. Nesse ponto o algoritmo deve poder diferenciar quais imagens não fazem parte do padrão correto, ou então demonstrar as imagens corretas.
De forma mais complexa o algoritmo pode até mesmo criar um objeto com base nos padrões que aprendeu das imagens do conjunto de treinamento.
No caso da #10yearchallenge, as imagens enviadas podem estar sendo utilizadas para a construção de uma grande base de dados para treinamento de envelheciment facial, o algoritmo seria então capaz de demonstrar como uma pessoa ficaria daqui 10 anos, ou como seria 10 anos atrás.
Já existem muitas pesquisas nessa área, com o objetivo, por exemplo, de projetar como seria uma criança desaparecida nos dias de hoje. Porém o Facebook é uma empresa que vive de anúncios, então não diria que seu uso seria tão nobre.
Por Marjori Klinczak